terça-feira, 24 de setembro de 2019

Um presidente claudicante


ODISSEIA SENTIMENTAL  

24/09/2019
Resultado de imagem para barco a velaTenho alguns amigos que estudaram comigo nos Estados Unidos, com os quais comento algumas vezes a política dos dois países. Damos boas risadas, pois ambos os presidentes são extremamente deselegantes, nem um pouco estadistas. O Bolsonaro, por sua vez, apresenta defeitos adicionais, e está jogando a tradicional diplomacia brasileira no lixo, ao agredir dirigentes de países parceiros do Brasil, como o fez hoje ao discursar na ONU, onde também agrediu o cacique Raoni, chamando-o de peça de manobra de governos estrangeiros. Um absurdo para o cacique de 89 anos do povo caiapó, um líder indígena de influência internacional.
Bolsonaro não possui respeito sobre qualquer pessoa, instituição e até países, e quando se envolve em um diálogo e ouve algo que não lhe agrada, larga impropérios, comentários deselegantes e desrespeitosos, sem qualquer cerimônia, como se ainda estivesse em campanha política.
Posa de defensor da retidão e ajuda a esconder Queiroz que ajudou nas falcatruas do filho na Assembleia do Rio; permite um jantar de campanha do filho à embaixada dos Estados Unidos no valor de US$1.000,00, insinua a permissão de mineração em terras indígenas, faz chacota com a esposa do presidente da França e outras tantas declarações, todas indignas de serem proferidas por qualquer cidadão brasileiro, muito menos pelo presidente da república.
Não é à toa que o índice de reprovação de Bolsonaro vai de 33% a 38%. A reprovação vem subindo e a aprovação vem caindo sistematicamente, e esta queda é fruto, unicamente desse comportamento, que pode muito bem ser da sua natureza, mas que ele não tem o direito de deixar-se agir assim, expondo todo o país à chacota internacional. O jornalista Chico Alencar comentou sobre Bolsonaro: colocou 3 filhos na política, nomeou 102 parentes em cargos públicos, admitiu ter usado verba do auxílio-moradia para “comer gente”, passou 28 anos improdutivos como deputado federal.
Temos duas reformas a caminho, uma prestes a ser aprovada, a da previdência, e outra a tributária, também com grandes chances de aprovação, e juntas formando um argumento forte de atração ao investimento estrangeiro. Infelizmente, a insegurança causada pelo comportamento presidencial pode reduzir em muito esse capital tão necessário ao Brasil nesse momento de aperto financeiro e orçamentário.

WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br