
O que é conviver? Segundo a Enciclopédia Britânica do Brasil é: ter convivência, ter intimidade, viver em comum.
Dessa forma, vivendo em comum, estamos sujeitos a intimidades, o que nos permite adentrarmos nos usos e costumes particulares de cada um com quem convivemos, seja em casa, no trabalho ou mesmo no lazer diário com o nosso grupo.
Como cada um de nós é um indivíduo único, jamais podemos ter a pretensão de encontrarmos um par igual, no máximo um aceitável, e é justamente aí que os conflitos podem surgir, caso não exista um forte respeito aos limites que a maioria de nós estabelece como nossas fronteiras de acesso exterior.
Alguns permitem um acesso maior, outros mais introspectivos, menor, e outros ainda não permitem quase nada, sendo que estes últimos constituem indivíduos mais solitários porque têm maiores dificuldades de relacionamento. Na convivência vamos aos poucos conhecendo as nossas fronteiras, os nossos limites (e os dos outros), processo esse que muitas vezes é precedido de algum aborrecimento, em vista do confronto estabelecido pelos limites individuais invadidos.
Podemos relacionar alguns tipos de personalidades para esse nosso artigo:
1. Os que são bastante flexíveis aceitando mais que outros, essas “invasões”;
2. Os do grupo acima, mas que a cada invasão uma dose de “stress” é injetada no seu organismo;
3. Os que conscientemente não respeitam os limites de ninguém, preocupando-se apenas com as suas conveniências momentâneas;
4. Os que estão tão preocupados com as suas próprias necessidades de momento, que esquecem as “fronteiras” dos demais;
5. Os que aceitam até um determinado limite, mas que reagem agressivamente qualquer ultrapassagem;
6. Os do grupo acima mas que sua agressividade só se manifesta após o “invasor” reagir negativamente ao clamor dos direitos do “invadido”;
7. Os que são totalmente flexíveis e acham que todos devem ser iguais, e por isso acham-se no direito de ultrapassar os direitos ou fronteiras de qualquer um;
8. Os aproveitadores, que pensam que a vida é dos espertos e podem usar a “lei de Gerson”, porque só vence quem sabe aproveitar as oportunidades e pula por cima dos outros.
9. Outros ainda não permitem qualquer acesso, e nesse caso não têm muita chance de uma convivência social.
10. Por fim, temos aqueles que por estarem vivendo um momento de paixão, tudo é permitido, nada incomoda.
Para o nosso processo de adaptação em primeiro lugar devemos saber em que grupo nos colocamos e onde queremos nos colocar, e ainda tem um fator importantíssimo que é o nível de amizade ou de amor que temos em relação ao outro, o que vai definir boa parte da flexibilidade.
Eu por exemplo encaixo-me no grupo seis. Aceito as invasões desde que considere justificadas exigindo porém que mantenham “minha área” da mesma forma como a encontraram. É justo? Acho que é.
Você, minha amiga ou meu amigo, se gostam de manter sua privacidade e não estão conseguindo, tranquem o que for possível. É isso mesmo, tranquem. É uma forma de defesa; você não se estressa e não causa aborrecimentos aos demais. Se você tem itens que interessam aos demais, compre ou não os itens de uso comum, mantendo os seus, trancados. Mesmo fazendo isso, muitas vezes o aborrecimento aparece. pois você pode ser considerado um “chato”; isso mesmo, “um chato”.
Como fazer? Não existe uma fórmula. Temos que aprender o que menor dano nos causar, e o menor número de atritos possamos iniciar, mas uma coisa é sumamente importante e imprescindível para a nossa convivência social e familiar: temos que descobrir os nossos mecanismos psicológicos de defesa, sem que o mesmo prejudique nos nossos relacionamentos.
E os do grupo 10? Bem, esses estão sob a ação de Cupido, e nada os incomodará; pelo menos enquanto durar a paixão !