DIÁRIO DO CIDADÃO
Entre
o voto e o ódio
16.04.2018
Mas essa pacificação só se
dá através do entendimento e da confiança, movimento esse que deverá ser
capitaneado principalmente por todos aqueles que se isentam de arroubos de
contestações, agressões e provocações que nada agregam, e são comportamentos
próprios da juventude. Infelizmente, uma pequena parcela de insatisfeitos patrocinam
ou lideram campanhas raivosas.
É bem verdade que as nossas
instituições públicas não ajudam muito quando não exercem as suas atribuições próprias, como
gestores e juízes, o que revolta o cidadão, levando-o muitas vezes a atitudes
impensadas.
No momento atual, vivemos
uma bipolaridade política entre duas vertentes políticas, onde vemos crescer um
nível alto de insatisfações. Uma dessas alas que tem mais acesso à mídia,
diariamente está a divulgar material de incentivo a esse clima de divisão
interna que nada agrega ao nosso desenvolvimento. Enquanto essa briga
permanece, nenhum projeto efetivo de solução dos nossos principais problemas é
discutido ou votado.
É, portanto, dever de nós
cidadãos mantermo-nos em uma posição que não ajude a incitar os ânimos já
exaltados de todos aqueles que imaginam que em uma sociedade como a nossa, os
problemas podem ser resolvidos na força e não no voto, como deve ser, o que,
apesar de ser um caminho mais longo, é muito mais duradouro e mais sólido,
lembrando que a democracia pode não ser o melhor sistema de governo, mas é o
único em que a soberania é
exercida pelo povo que elege livremente os seus governantes e representantes.
Quando receberem alguma mensagem de propaganda raivosa para um lado ou
para o outro, deletem-na e não compartilhem. É o que eu faço. Não vamos nos
deixar atingir por notícias que muitas vezes são até falsas.
O nosso ponto frágil está na nossa incapacidade de elegermos bem esses
representantes, para os quais só temos de quatro em anos para os substituirmos
ou mantê-los.
Aliás, temos pouca prática no exercício do voto. Na 1ª eleição direta
para presidente em 1894, Prudente de Morais foi eleito com 270 mil votos, ou
cerca de 2% do total da população. O voto feminino data de 1932, mas em função
da ditadura de Vargas, as mulheres só voltaram a votar em 1946.
Vale lembrar
que a ditadura de Vargas e a dos militares de 64 privaram o eleitorado nacional
do voto para presidente por nove vezes e que, em 117 anos de República com 34
presidentes, somente 16 se elegeram pelo voto direto.
O voto é o único meio valido, legal de que dispõe uma verdadeira democracia
para sufragar a vontade do povo eleitor. Fora desse sistema já nos impuseram a
ditadura militar que também não resolveu os problemas básicos reclamados pelo
povo que são a saúde, a educação e a segurança. Até as eleições vamos analisar
o quadro eleitoral para não fazermos besteira com a nossa melhor arma
democrática que é o voto.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br