segunda-feira, 16 de abril de 2018

Entre o voto e o ódio


DIÁRIO DO CIDADÃO


Entre o voto e o ódio
16.04.2018

Resultado de imagem para barco a velaÉ quase impossível em qualquer sociedade, em algum momento, pelos motivos os mais diversos, não existir posições extremadas de alguns de seus membros, posições que se não contidas ou amainadas em tempo, certamente descambarão em violências físicas e materiais, vindo a destruir qualquer projeto que se tenha feito ou esteja sendo tecido, inclusive o de pacificação do próprio meio social.
Mas essa pacificação só se dá através do entendimento e da confiança, movimento esse que deverá ser capitaneado principalmente por todos aqueles que se isentam de arroubos de contestações, agressões e provocações que nada agregam, e são comportamentos próprios da juventude. Infelizmente, uma pequena parcela de insatisfeitos patrocinam ou lideram campanhas raivosas.
É bem verdade que as nossas instituições públicas não ajudam muito quando  não exercem as suas atribuições próprias, como gestores e juízes, o que revolta o cidadão, levando-o muitas vezes a atitudes impensadas.
No momento atual, vivemos uma bipolaridade política entre duas vertentes políticas, onde vemos crescer um nível alto de insatisfações. Uma dessas alas que tem mais acesso à mídia, diariamente está a divulgar material de incentivo a esse clima de divisão interna que nada agrega ao nosso desenvolvimento. Enquanto essa briga permanece, nenhum projeto efetivo de solução dos nossos principais problemas é discutido ou votado.
É, portanto, dever de nós cidadãos mantermo-nos em uma posição que não ajude a incitar os ânimos já exaltados de todos aqueles que imaginam que em uma sociedade como a nossa, os problemas podem ser resolvidos na força e não no voto, como deve ser, o que, apesar de ser um caminho mais longo, é muito mais duradouro e mais sólido, lembrando que a democracia pode não ser o melhor sistema de governo, mas é o único em que a soberania é exercida pelo povo que elege livremente os seus governantes e representantes.  
Quando receberem alguma mensagem de propaganda raivosa para um lado ou para o outro, deletem-na e não compartilhem. É o que eu faço. Não vamos nos deixar atingir por notícias que muitas vezes são até falsas.
O nosso ponto frágil está na nossa incapacidade de elegermos bem esses representantes, para os quais só temos de quatro em anos para os substituirmos ou mantê-los.
Aliás, temos pouca prática no exercício do voto. Na 1ª eleição direta para presidente em 1894, Prudente de Morais foi eleito com 270 mil votos, ou cerca de 2% do total da população. O voto feminino data de 1932, mas em função da ditadura de Vargas, as mulheres só voltaram a votar em 1946.
Vale lembrar que a ditadura de Vargas e a dos militares de 64 privaram o eleitorado nacional do voto para presidente por nove vezes e que, em 117 anos de República com 34 presidentes, somente 16 se elegeram pelo voto direto.
O voto é o único meio valido, legal de que dispõe uma verdadeira democracia para sufragar a vontade do povo eleitor. Fora desse sistema já nos impuseram a ditadura militar que também não resolveu os problemas básicos reclamados pelo povo que são a saúde, a educação e a segurança. Até as eleições vamos analisar o quadro eleitoral para não fazermos besteira com a nossa melhor arma democrática que é o voto.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br

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