quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Ameaça à democracia?


DIÁRIO DE UM CIDADÃO

Ameaça à democracia?
25.09.2018

Resultado de imagem para barco a velaÀ exceção dos tempos felizmente idos da malfadada ditadura militar, nunca mais tinha percebido tantas demonstrações de radicalismo como nos últimos anos, e mais acentuadamente nesta campanha eleitoral, quando as redes sociais têm tido papel preponderante.
Até o cidadão comum tem sido afetado por essa onda, quando reage revoltado pelo desemprego, pela falta de assistência à saúde, pela insegurança que não escolhe local ou classe social e pelo futuro incerto para os filhos e netos. O seu desabafo reflete-se nas tendências extremadas dos polos dessa campanha eleitoral.
Emily Bell Diretora do Centro Tow para o jornalismo digital da Universidade de Columbia, em Nova York declara: “O extremismo que vimos no início do século vinte reemerge, porque não temos um ambiente econômico, político, estável. A radicalização nas plataformas é com certeza um sintoma ou parte de algo que é muito maior.” O presidente do STF, Dias Toffoli enfatiza: “O jogo democrático é difícil”. Dilma Roussef deixa escapar mais uma de suas pérolas, referindo-se a determinado candidato a presidente: “O coiso é a barbárie”.
Passando a limpo os últimos anos da nossa história, não creio em volta da violência, tampouco renegarmos as liberdades democráticas. Quando paramos para refletir, vemos que boa parte dessa situação é responsabilidade nossa, eleitores, que elegemos quem legisla e nos governa, e jamais fazemos qualquer cobrança dos atos, principalmente desses legisladores que só cuidam dos seus próprios interesses. Infelizmente somos um pouco paternalistas, e tendemos a colocar nos ombros de terceiros as nossas responsabilidades e o nosso futuro, daí esperarmos que tal ou qual candidato vá resolver os nossos problemas. Será uma herança do coronelismo?
Essa atual dicotomia entre esquerda e direita é própria dos ambientes de insegurança social, política e financeira. Quando tudo está em paz discutimos muito pouco a política nacional. Está na hora de resgatarmos a nossa responsabilidade pela gestão da nossa casa, nos conscientizarmos que o regime que queremos é o da democracia plena, o que significa o funcionamento independente de todas as instituições, sem intervenções ou desmandos de qualquer espécie, o que significa que devemos votar em candidatos comprometidos com esse processo, e que não ameacem ou coloquem em risco nenhum estrato social. O problema é que raríssimos são os eleitores que param para refletir sobre as competências e as ideias dos seus candidatos.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br

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