DIÁRIO DE UM CIDADÃO
Ameaça
à democracia?
25.09.2018
Até o cidadão comum tem sido
afetado por essa onda, quando reage revoltado pelo desemprego, pela falta de
assistência à saúde, pela insegurança que não escolhe local ou classe social e
pelo futuro incerto para os filhos e netos. O seu desabafo reflete-se nas
tendências extremadas dos polos dessa campanha eleitoral.
Emily Bell Diretora do Centro
Tow para o jornalismo digital da Universidade de Columbia, em Nova York
declara: “O extremismo que vimos no início do século vinte reemerge, porque não
temos um ambiente econômico, político, estável. A radicalização nas plataformas
é com certeza um sintoma ou parte de algo que é muito maior.” O presidente do
STF, Dias Toffoli enfatiza: “O jogo democrático é difícil”. Dilma Roussef deixa
escapar mais uma de suas pérolas, referindo-se a determinado candidato a
presidente: “O coiso é a barbárie”.
Passando a limpo os últimos
anos da nossa história, não creio em volta da violência, tampouco renegarmos as
liberdades democráticas. Quando paramos para refletir, vemos que boa parte
dessa situação é responsabilidade nossa, eleitores, que elegemos quem legisla e
nos governa, e jamais fazemos qualquer cobrança dos atos, principalmente desses
legisladores que só cuidam dos seus próprios interesses. Infelizmente somos um
pouco paternalistas, e tendemos a colocar nos ombros de terceiros as nossas
responsabilidades e o nosso futuro, daí esperarmos que tal ou qual candidato vá
resolver os nossos problemas. Será uma herança do coronelismo?
Essa atual dicotomia entre
esquerda e direita é própria dos ambientes de insegurança social, política e
financeira. Quando tudo está em paz discutimos muito pouco a política nacional.
Está na hora de resgatarmos a nossa responsabilidade pela gestão da nossa casa,
nos conscientizarmos que o regime que queremos é o da democracia plena, o que
significa o funcionamento independente de todas as instituições, sem
intervenções ou desmandos de qualquer espécie, o que significa que devemos
votar em candidatos comprometidos com esse processo, e que não ameacem ou
coloquem em risco nenhum estrato social. O problema é que raríssimos são os
eleitores que param para refletir sobre as competências e as ideias dos seus
candidatos.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br
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