segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma lição do velho ACM para Bolsonaro


DIÁRIO DE UM CIDADÃO
UMA LIÇÃO DO VELHO ACM PARA BOLSONARO
16.06.2019

Resultado de imagem para barco a velaEra início da década de setenta quando começaram a ser construídos os primeiros prédios do Centro Administrativo da Bahia.
Em visita que fiz à Secretaria de Planejamento, um dos primeiros órgãos públicos a serem erguidos, encontrei-me com muitos conhecidos da minha época de universidade, alguns ex-participantes de política estudantil, todos jovens e excelentes profissionais, quase todos em cargos comissionados. Um dos dirigentes de um dos órgãos visitados chegou a me confidenciar sua estupefação de como Antonio Carlos nomeava tanta gente da esquerda. Coincidentemente, pouco tempo depois o próprio governador respondia a essa pergunta, pela televisão informando que interessava a ele o resultado do trabalho da equipe, e não a filosofia política de cada um.
Esse meu comentário inicial vem a propósito do tal “viés ideológico” alegado pelo capitão presidente, como desculpa para demitir servidores de sua equipe. E o que ele está fazendo não é um preconceito ideológico? A diferença é que o velho Cabeça Branca era um líder, e Bolsonaro até hoje não conseguiu unir a equipe em torno de suas propostas, que aliás não são tantas assim. Mesmo no círculo mais íntimo ele não consegue se impor, e mesmo Paulo Guedes pode estar começando a arrumar as malas, insatisfeito com essa incompetência administrativa, e essa fábrica de crises que não para nunca.
Se pensamento ideológico fosse impedimento para o exercício profissional, Oscar Niemeyer não teria sido convidado para projetar os prédios públicos de Brasilia, trabalhando juntamente com Lucio Costa, ambos de esquerda. Aqui em Salvador, Lucio Costa fez o traçado viário do CAB, e João Filgueiras Lima (o famoso Lelé) projetou alguns dos seus prédios, além de inúmeras outras obras de vulto na cidade.
Portanto, amigos, evidencia-se nesse lamentável comportamento presidencial, mais um infeliz preconceito que nada agrega ao trabalho maior de governar o Brasil para todos os brasileiros.

WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br                                                                

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Um barco desgovernado


ODISSÉIA SENTIMENTAL

UM BARCO DESGOVERNADO
06.06.2019

Resultado de imagem para saveiro barco imagensÉ horrível vivermos sob um governo que não nos provoca qualquer sentimento de pertencimento ou antagonismo a uma política nacional. Esse governo está nos tornando cidadãos um pouco indiferentes, ou melhor, queremos que tudo dê certo, torcemos por ele, mas suas atitudes não nos incentivam a ter qualquer reação. São até razoáveis algumas das suas primeiras intenções, mas um desastre a sua externalização; a sua operacionalização está cheia de idas e vindas, de verdades e enganos, de derrapagens políticas,  de tristes escolhas de auxiliares para cargos fundamentais como educação, a defesa de ideias esdrúxulas  como beneficiar motoristas irresponsáveis, caminhoneiros irresponsáveis, e mais um rol imenso de besteiras que nos  envergonham como cidadãos responsáveis; e a principal incompetência está em não saber como coordenar os movimentos do seu partido, em prol da aprovação pelo Congresso, da sua maior e principal bandeira política: a reforma da previdência. Os que deveriam ser seus melhores representantes no Congresso, a líder do governo no congresso, Joice Hasselman, o líder do governo na câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), não se entendem, e vivem se acusando mutuamente. Como pode esse barco, com um comandante absolutamente despreparado, não afeito ao cargo e considerando seu posto como um fardo demasiado pesado, como esse barco chegará ao seu destino? Ou será que outro comandante assumirá esse leme?
Pois é, amigos essa é a nossa triste realidade! Estamos em vias de parar a máquina, por estarmos correndo risco de cometer uma irregularidade perante a lei de responsabilidade fiscal. Temos que ter o aval do Congresso para emitirmos títulos da dívida pública, para fazermos caixa para continuarmos operando, e este Congresso não está trabalhando com a celeridade necessária, por falta de coordenação política, por falta de competência, por falta de gestão. O próprio partido do governo não se entende como tal. E não é culpa do congresso, é culpa do próprio governo.
Está dificílimo levar esse barco a um porto seguro com um comandante desse tipo, rodeado de tantos marinheiros de primeira viagem que não se entendem e recebem ordens díspares de vários lados. Queira Deus cheguemos sãos e salvos ao fim da jornada, nesse mar encarpelado, com ventos fortes e uivando em cada canto da embarcação.

WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br