DIÁRIO DE UM CIDADÃO
UMA
LIÇÃO DO VELHO ACM PARA BOLSONARO
16.06.2019
Em visita que fiz à Secretaria
de Planejamento, um dos primeiros órgãos públicos a serem erguidos,
encontrei-me com muitos conhecidos da minha época de universidade, alguns
ex-participantes de política estudantil, todos jovens e excelentes
profissionais, quase todos em cargos comissionados. Um dos dirigentes de um dos
órgãos visitados chegou a me confidenciar sua estupefação de como Antonio
Carlos nomeava tanta gente da esquerda. Coincidentemente, pouco tempo depois o
próprio governador respondia a essa pergunta, pela televisão informando que
interessava a ele o resultado do trabalho da equipe, e não a filosofia política
de cada um.
Esse meu comentário inicial
vem a propósito do tal “viés ideológico” alegado pelo capitão presidente, como
desculpa para demitir servidores de sua equipe. E o que ele está fazendo não é
um preconceito ideológico? A diferença é que o velho Cabeça Branca era um
líder, e Bolsonaro até hoje não conseguiu unir a equipe em torno de suas
propostas, que aliás não são tantas assim. Mesmo no círculo mais íntimo ele não
consegue se impor, e mesmo Paulo Guedes pode estar começando a arrumar as
malas, insatisfeito com essa incompetência administrativa, e essa fábrica de
crises que não para nunca.
Se pensamento ideológico fosse
impedimento para o exercício profissional, Oscar Niemeyer não teria sido
convidado para projetar os prédios públicos de Brasilia, trabalhando juntamente
com Lucio Costa, ambos de esquerda. Aqui em Salvador, Lucio Costa fez o traçado
viário do CAB, e João Filgueiras Lima (o famoso Lelé) projetou alguns dos seus
prédios, além de inúmeras outras obras de vulto na cidade.
Portanto, amigos, evidencia-se
nesse lamentável comportamento presidencial, mais um infeliz preconceito que
nada agrega ao trabalho maior de governar o Brasil para todos os brasileiros.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br
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