DIÁRIO DE UM CIDADÃO
Um
povo paternalista
05.11.2018
A conclusão que apresento a
vocês amigos e amigas, é que apesar de sermos todos iguais perante a lei da
vida e da morte, de um modo geral não nos sentimos muito inclinados a fazer a
diferença quando o assunto é servir ao outro, seja na forma material,
espiritual, uma visita a quem precisa, uma oração, aconselhamento pessoal ou
profissional, ou assumir um trabalho voluntário na comunidade. Somos um pouco
individualistas, e alguns, até pelo desapontamento com os políticos, procuram
extrair destes, o que sabem não conseguir após a eleição dos mesmos, e assim trocando
favores, situação que costuma ocorrer em regiões de baixo nível de condições de
vida.
Um ex-presidente do Brasil,
Getúlio Vargas, foi apelidado de pai dos pobres, e no seu governo os direitos
dos trabalhadores passaram a ser amparados por lei, e nessa época, foi também
implementada uma visão dos direitos sociais das classes menos favorecidas.
Essa cultura paternalista é agravada pelo
nosso passado de muita escravidão (fomos o último país do mundo a abolir essa
prática abjeta), onde os grandes proprietários é que cuidavam da vida de todos,
no entorno dos seus negócios.
Daí talvez advenha também, o
fato do baixo nível do empreendedorismo e inovação, o que também prejudica e
impede atitudes mais desenvolvimentistas em direção a um PIB mais robusto.
Acrescentamos às razões acima o nosso baixo nível de ensino.
Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população,
vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$
5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial. Em um ambiente como esse a
cultura paternalista se estabelece e se expande.
Com uma sociedade convivendo com tamanha mancha social, o
governo sozinho não consegue dar conta de tamanha tarefa, problema, aliás,
criado pelos inúmeros dirigentes ao longo de tantos anos. Daí, essa mesma
sociedade pode e deve assumir parte desse ônus, até por uma questão de
humanidade.
Vimos durante a recente
campanha política, muitos criticando, indo para as ruas, usando as redes
sociais em prol do seu candidato. A eleição passou, o candidato foi eleito ou
não, mas as carências continuam e são imensas.
Parte dessa população
carente vive nas nossas cidades, nos nossos bairros, e uma atitude de doação
por quem tem mais, não é questão de falta de tempo, e sim de vontade. Que cada
um de nós descubra o seu dom e faça um pouco por quem tanto necessita.
Estamos sempre aguardando a
providência de alguém, e a divina, e fazemos muito pouco por nossos
semelhantes.
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br
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