DIÁRIO DE UM CIDADÃO
UMA POLARIZAÇÃO INSOSSA, INODORA E INSÍPIDA
28/05/2019
Os brasileiros elegeram o que acharam o melhor (muito embora muitos já
estejam arrependidos), e temos que torcer para que a nova administração federal
seja eficiente e eficaz, apesar do entorno familiar e assessoria filosófica do
presidente, que esqueceram que a campanha acabou e que agora é pra valer.
Apesar das evidentes incapacidades do presidente para governar (até já declarou
que não foi feito pra isso), a assessoria mais próxima, em particular os ministros
Guedes, Onyx e Moro, que possuem mais condições intelectuais, podem e devem
pelo menos tentar conter (e até adivinhar!) o que fala o presidente, que não
deveria estar se expondo tanto com seus constantes desmentidos e desculpas
pelos desvios às vezes incontornáveis para um presidente, que até agora não
soube demonstrar a sua experiência de 27 anos no congresso nacional, onde nunca
protagonizou qualquer projeto relevante, ou pronunciamentos de interesse
nacional.
Tenho até me esforçado em tentar aceitar o nosso presidente, mas
confesso que está dificílimo, porque ele não produz nada relevante, nada que
impacte na sociedade, nada que nos encha de esperança por um viver melhor. Ele bem
que tentou esquentar a política atirando pra todo lado, mas a munição está
acabando, ninguém está mais ligando pra ele, muito embora hoje, os três poderes
tenham sentado à mesma mesa para fumar o cachimbo da paz.
Sinceramente, estou achando que o presidente não está gostando desse momento
de polarização política insossa, inodora e insípida, já que ele gosta de guerra.
Vamos ter um pouco mais de paciência! Vamos aguardar que a chamada “nova política”
prevaleça sobre a “velha política”, e que as reformas que os brasileiros (não
os políticos) efetivamente precisam, como a da previdência, a tributária, a da
segurança, a política (por que não? Reduzir os parlamentos não seria uma boa?),
sejam aprovadas, e respiremos melhor. Mas para isso a articulação política do
capitão terá que trabalhar. No domingo das manifestações ouvi de um amigo
simpatizante do governo que o presidente não deve conversar demais com os
políticos, deve sim denunciar as suas dificuldades, e se não der certo que o
exército ocupe tudo (?????). Será que é isso mesmo que queremos para o Brasil?
O retorno da ditadura? Duvido que 50% de quem votou em Bolsonaro queira esse retrocesso.
Queremos que ele continue, sem falar besteira, sem “golden shower”, falando
pouco pra não errar muito, segurando a coleira dos filhos, distanciando-se do
idiota do seu guru, não atrapalhando nossas exportações com incursões indevidas
na política externa, ouvindo mais o Mourão, o qual apesar de não ter a
confiança dos políticos em geral, tem mais bom senso que ele, e pode ajuda-lo a
segurar o leme da Presidência da República do Brasil.
Quanto a mim, sugiro que se incursione mais sobre a tecnologia aplicada
à agricultura, onde a Holanda (menor que Sergipe), tem uma produtividade
agrícola dez vezes maior que a nossa, que se incentive o ensino e a pesquisa,
que se contenha o ímpeto egoísta de muitos políticos que querem a constituição
de mais municípios, que se facilite a construção das ferrovias norte-sul e
oeste-leste, que os municípios sejam mais fortalecidos, que a justiça seja mais
célere e o brasileiro sinta que o poder judiciário não é só dos ricos. Estamos
na Páscoa, e a pregação de Jesus foi que ele veio para servir, e não para ser
servido. E o Governo, que é do povo e para o povo?
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br
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