DIÁRIO DE UM CIDADÃO
UMA
FASE DE INSEGURANÇA
25.04.2019
Até o momento não podemos nos
queixar (muito) das reações do mercado, pois o dólar não disparou (a subida de ontem foi por fatores externos), e os índices Bovespa
estão em patamares elevados, perto dos cem mil pontos, todos na firme esperança
da aprovação da reforma da previdência, da fiscal, e da judicial. Entretanto,
esse “namoro” com a sociedade está sendo desgastado pelos constantes
disparates “tuitados” e declarados pelo Presidente, seus filhos e seu “guru”,
em números já constatados de cerca de 15%. A última pesquisa divulgada ontem não
o favorece de forma alguma. Os seus eleitores estão acordando...
Não vou aqui repetir todas as
bobagens declaradas, mas destacar algumas que impactam na nossa balança de
pagamentos como a rusga com a China durante a visita aos Estados Unidos, a
declaração do filho ao Hamas: “quero que vocês se explodam...”, a declaração de
mudar a Embaixada do Brasil em Israel, para Jerusalém, logo alterada para uma
representação, tudo isso pode nos causar um prejuízo só com a Liga Árabe, de
mais de sete bilhões de dólares. O Brasil sempre foi extremamente diplomático
com o mundo todo, não estamos em posição de estar tendo altercações que nos
rendam prejuízos, por conta da ignorância ou instabilidade emocional da família
Bolsonaro.
O Governo não dispõe de um
grupo de apoio que o defenda no Congresso, como tinha Temer, vide o episódio da
visita de Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça, na qual os
deputados da oposição conseguiram desestabilizar o visitante, e o presidente da
CCJ teve que suspender a sessão. De igual forma, há que se constituir um grupo
de assessores que orientem o Presidente a não falar bobagens como aconteceu na
saída do Museu do Holocausto, em Israel, quando afirmou que o nazismo foi uma
ideologia de esquerda, quando o próprio Museu afirma que era de direita.
Recentemente Bolsonaro iniciou
uma rodada de reuniões com presidentes de partidos no Congresso, em um
movimento de aglutinação de forças rumo à reforma da Previdência, mas que pode
resultar em quase nada se o Presidente não aceitar em fazer pelo menos um
pouquinho do “toma lá, dá cá”, no que aliás parece que está se rendendo às
evidências da prática do presidencialismo de coalizão.
O presidente ainda não
aprendeu a governar, e tenho sérias dúvidas se isso jamais acontecerá, pois ele mesmo já
confessou que nasceu para ser militar (?), o que deixa o caminho livre para o vice
Mourão, cada vez mais se projetando como a voz sensata do governo, afirmando-se
como alguém muito mais preparado do que o seu chefe. É meu sentimento que
graças a ele, os filhos presidenciais reduziram em muito a metralhadora de
bobagens que só estavam prejudicando a governança do pai, com exceção do filho
vereador que apesar do “pito” do pai, continua em guerra com o vice. Alguns
líderes políticos afirmam que o comportamento do filho é incentivado pelo pai.
Infelizmente esse
comportamento esdrúxulo do presidente termina afetando a vida de nós cidadãos,
pois os investidores seguram seus investimentos, que acarreta um freio na
produção, que resulta em aumento de preços, que reduz o poder aquisitivo, que
aumenta a insatisfação da população.
Pobres de nós mortais!
WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário