segunda-feira, 11 de novembro de 2019

UM GOVERNO DE SITUAÇÃO E OPOSIÇÃO


ODISSÉIA SENTIMENTAL

Resultado de imagem para barco a velaNão existe no Congresso Nacional nenhum oposicionista que mereça ser chamado como tal, pois até agora, o Presidente e seu clã têm assumido ambos os papeis de situação e oposição, este evidenciado pelas inúmeras demonstrações de absurdos verbais que fazem a alegria dos partidos oposicionistas, Não se passa uma semana sem que o Presidente ou um dos seus filhos, e em segundo plano, um dos seus ministros, criem um fato novo de repercussão nacional. E não venham me dizer que a culpa da divulgação é da imprensa, da Folha, da Rede Globo ou da Veja, pois se os escândalos provocados não fossem de aceitação do público em geral, esses veículos de comunicação não se dariam ao trabalho de divulga-los, pois a imprensa vive da venda de notícias.
A última absurda e deprimente manifestação desse clã que não existe para manter sadia a nossa democracia brasileira partiu, do filho deputado federal, que deixou escapar os desejos ditatoriais da família, clamando por um novo AI-5 para combater as oposições ao governo do pai, que vê seus seguidores reduzindo-se a cada dia, por não aprovarem tanta estupidez em tão pouco tempo. Todos os líderes de cada uma das Casas Legislativas, do STF, de todos os partidos políticos inclusive o do PSL, governadores, prefeitos (inclusive o de Salvador), manifestaram-se veementemente contra o atentado à democracia e até contra o seu mandato. Incrivelmente, o chefe do gabinete de segurança institucional, general da reserva Augusto Heleno Fragoso, até então tido como comedido, endossou o absurdo proferido.
Com a entrada de Lula no jogo político, talvez essa balança se equilibre, mas corremos o risco de vermos a radicalização se agravar, o que é péssimo para o Brasil, pois esse jogo de gato e rato termina se refletindo no Congresso Nacional, atrasando a aprovação de reformas cruciais para economia.
E falando em reformas, louve-se a iniciativa do governo que pretende fundir municípios de menos de 5.000 habitantes e menos de 10% de receita própria, o que pode resultar em uma redução de até 1.254 municípios. Imagine-se a economia resultante da redução de tantas estruturas administrativas, com seus cargos públicos, vereadores, veículos, etc. Imagino que sendo 2.020 um ano de eleições, tal proposta não vai vingar. Mesmo passadas as eleições, não acredito que tal reforma possa prosperar, pelo tamanho dos interesses políticos envolvidos. Mas é do jogo político, e somos todos nós que elegemos esses legisladores que no embate das casas legislativas esquecem do interesse público e só cuidam dos seus próprios interesses. Uma lástima!

WILTON OLIVEIRA
odisseiasentimental.blogspot,com.br

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