segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Reinventando os nossos bares e restaurantes

DIÁRIO DE UM CIDADÃO


Reinventando os nossos bares e restaurantes
02.10.2017

Resultado de imagem para barco a velaA relação entre os setores de comércio, serviços e consumidores tem evoluído consideravelmente em termos de volume, formas de pagamento, classes de consumidores, principalmente através do uso de novas tecnologias, que permitem descobrir  até os hábitos de consumo dos clientes.
Entretanto, a crise atual tem modificado muito o estilo de vida do brasileiro. Um estudo divulgado pelo SPC Brasil mostra que na hora de fazer cortes no orçamento, 71,3% dos brasileiros optaram por abrir mão das idas a bares e restaurantes. E pior, em dados divulgados pelo Total Retail 2017, estudo anual da network de empresas PWC, informa que mesmo em um cenário de melhora na economia, as pessoas pretendem continuar poupando dinheiro. Recente reportagem da Bandeirantes, no entanto, informa que o setor conseguiu crescer cerca de 10% no primeiro semestre de 2017.
No caso da Barra a queixa geral dos comerciantes é que, além da crise a requalificação levada a efeito pela Prefeitura agravou o problema pela limitação de público circulante, aliás, objeto de recente reportagem de uma emissora local de televisão.
Com um cenário destes, o comerciante do setor em foco não deve entrar em desespero, mas procurar e pesquisar maneiras de se reinventar, melhorar a qualidade e a diversidade de seus produtos, descobrir os meios de se comunicar mais rápida e eficientemente com os seus clientes atuais, e os novos que surgirão de sua prospecção. Ele deve começar olhando para o seu próprio estabelecimento com os olhos de um cliente, ou convidando um para fazê-lo por ele (o conhecido cliente oculto), procurando enxergar o que deve ser melhorado. Comece pelas instalações, fachada, decoração interna, pintura, iluminação, ventilação, asseio dos sanitários, fardamento do pessoal, um cardápio de fácil leitura e preços competitivos, muito zelo ao registrar e apresentar a conta do cliente. O esforço para agradar e fidelizar clientes avança pelo terreno da exposição em uma página própria de internet, interativa, com mensagens periódicas das novidades, promoções, receitas, comentários de clientes, etc.
Um chamariz importante deve ser a variedade de petiscos oferecida, sendo que alguns deles ficam famosos e levam junto o nome da casa. Os garçons devem ser treinados a sugerir drinques e petiscos novos.
A depender do tamanho do estabelecimento, o mesmo pode instalar um sistema que disponibiliza um terminal em cada mesa, para que o cliente aperte um botão e chame o garçom cada vez que precisar do mesmo. Uma startup em Santa Catarina desenvolveu um sistema capaz de indicar quais lojas e restaurantes estão próximos de cada celular em cada momento do dia.
Tem uma boate na Barra voltada para o público jovem e roqueiro, que embora só funcione as quintas, sextas e sábados, tem um público cativo que acompanha toda a programação de shows pela página na internet. Recentemente ela fez uma reforma e abriu um bar na entrada (também existe um interno), para servir ao público em geral e aos jovens que chegam mais cedo para o show, e assim aumentar o seu faturamento.
Salvador vai receber no próximo verão 2,09 milhões de turistas, um aumento de 10% em relação ao ano passado, segundo a estimativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, e boa parte desse contingente, se não a maioria, passará pela Barra, pelo Farol. Porque não nos prepararmos para que uma parte dessa turma consuma alguma coisa nos bares e restaurantes adjacentes?
Enfim, apesar da crise, não podem os comerciantes lutar apenas reduzindo seus preços. A propósito, muitas empresas, mesmo concorrentes estão se unindo para efetuarem compras em conjunto, para assim conseguirem vantagens com os fornecedores.
Um bar ou restaurante não é apenas um ambiente de consumo, é também de lazer, local de encontro de amigos, e deve ser agradável a todos, o que pode fidelizar esses clientes. O estabelecimento deve se preparar para receber esses clientes; se os mesmos se sentirem confortáveis e forem surpreendidos,  a tendência é que retornem.   
Quem sobreviver a essa crise estará mais forte após a mesma.

WILTON OLIVEIRA

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