DIÁRIO DE UM CIDADÃO
Convivência
entre os contrários
Nesse “loop” ou circuito repetitivo,
o ser humano vai formando a sua personalidade, as suas preferências pessoais,
profissionais, políticas, sexuais; são as suas escolhas ou admissões,
encontradas entre inúmeras variáveis com que se depara ao longo de sua
existência. Cabe dizer que essas escolhas ou assunções nem sempre são
definitivas, pois as circunstâncias com que se depara mudam, o ser humano
amadurece, alterando assim seus sentimentos. Nem tudo na nossa vida é eterno; estamos
em um aprendizado constante.
Mas a nossa evolução como seres gregários não nos torna iguais em conceitos e sentimentos, pois apesar
dessa convivência diária, mantemos a nossa individualidade, e aí é que reside a
maior parte dos conflitos, pois alguns não aceitam, não acreditam ou não
respeitam os contrários. Existe um condicionante agravante nesses embates de
relacionamentos que é a formação ética pessoal de cada um, normalmente reflexo da
educação familiar, muito embora não seja determinante, pois muitas vezes o que
impera são as próprias convicções formadas e as experiências vividas em muitos
e diversificados ambientes. Assim, explicam-se diferenças gritantes de
comportamento entre irmãos, que receberam a mesma educação dos mesmos pais, dos
mesmos colégios, do mesmo meio social. Lembro-me agora de um criminoso serial
americano, conhecido como Unabomber, vindo de uma família distinta, com irmão
integrado, admitido em Harvard com 16 anos. Como se explicar a sua
transformação?
Como vemos, conviver entre
os contrários é um exercício que envolve muita paciência, autocontrole, empatia
e muito amor, qualidades que não adquirimos com facilidade, e muitos jamais as
adquirem; outros acham que as têm mas não em nível suficiente. Também existem
aqueles que quando percebem que a discussão fica fora de controle e esgotam
seus esforços de diálogo, pedem licença e se afastam, o que pode ser uma boa
solução, evitando-se evoluções desagradáveis. O ideal mesmo seria que cada um
expusesse seu ponto de vista sem a presunção de querer a submissão do outro às
suas ideias, nem menosprezasse os argumentos da outra parte. Dessa forma, a discussão giraria simplesmente
em torno da exposição do que cada um pensa, sem a preocupação de um querer
submeter o outro.
Se você, meu amigo, minha
amiga, não concorda com a filosofia do seu acompanhante, apenas exponha a sua
de forma amigável sem ironias, se você considera conveniente. Se não for dessa
forma, é melhor se afastar ou desistir do assunto. O pior é perder um amigo,
quando este vale a pena, naturalmente.
Ao longo de minha vida fiz
muitos e diletos amigos, uma boa parte conservo até hoje, alguns com muita
outros com pouca frequência de encontros, e nem todos com as mesmas posições
que as minhas; o que sempre nos uniu foi o respeito, a alegria da vida e a
satisfação de estarmos juntos.
Um comentário:
Amigo: Bom dia
Não é para se quiserem, é para ser lido e comentado!!!
Concordo plenamente com suas posições e ao longo da vida tenho adotado estes procedimentos . Temos acima de tudo de respeitar os contrários e tratá-los com educação.
Tenho orgulho de ter um amigo como você.
Abraços e bom Carnaval.
Aveládio
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