sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Convivência entre os contrários

DIÁRIO DE UM CIDADÃO


Convivência entre os contrários

Resultado de imagem para barcos a velaDesde que nasce, o ser humano convive com outros, interage, reage, discorda, contribui, constrói sonhos, imagens, realiza-se, frustra-se, cai, reergue-se e volta a caminhar.
Nesse “loop” ou circuito repetitivo, o ser humano vai formando a sua personalidade, as suas preferências pessoais, profissionais, políticas, sexuais; são as suas escolhas ou admissões, encontradas entre inúmeras variáveis com que se depara ao longo de sua existência. Cabe dizer que essas escolhas ou assunções nem sempre são definitivas, pois as circunstâncias com que se depara mudam, o ser humano amadurece, alterando assim seus sentimentos. Nem tudo na nossa vida é eterno; estamos em um aprendizado constante.
Mas a nossa evolução como seres gregários não nos torna iguais em conceitos e sentimentos, pois apesar dessa convivência diária, mantemos a nossa individualidade, e aí é que reside a maior parte dos conflitos, pois alguns não aceitam, não acreditam ou não respeitam os contrários. Existe um condicionante agravante nesses embates de relacionamentos que é a formação ética pessoal de cada um, normalmente reflexo da educação familiar, muito embora não seja determinante, pois muitas vezes o que impera são as próprias convicções formadas e as experiências vividas em muitos e diversificados ambientes. Assim, explicam-se diferenças gritantes de comportamento entre irmãos, que receberam a mesma educação dos mesmos pais, dos mesmos colégios, do mesmo meio social. Lembro-me agora de um criminoso serial americano, conhecido como Unabomber, vindo de uma família distinta, com irmão integrado, admitido em Harvard com 16 anos. Como se explicar a sua transformação?  
Como vemos, conviver entre os contrários é um exercício que envolve muita paciência, autocontrole, empatia e muito amor, qualidades que não adquirimos com facilidade, e muitos jamais as adquirem; outros acham que as têm mas não em nível suficiente. Também existem aqueles que quando percebem que a discussão fica fora de controle e esgotam seus esforços de diálogo, pedem licença e se afastam, o que pode ser uma boa solução, evitando-se evoluções desagradáveis. O ideal mesmo seria que cada um expusesse seu ponto de vista sem a presunção de querer a submissão do outro às suas ideias, nem menosprezasse os argumentos da outra parte.  Dessa forma, a discussão giraria simplesmente em torno da exposição do que cada um pensa, sem a preocupação de um querer submeter o outro.
Se você, meu amigo, minha amiga, não concorda com a filosofia do seu acompanhante, apenas exponha a sua de forma amigável sem ironias, se você considera conveniente. Se não for dessa forma, é melhor se afastar ou desistir do assunto. O pior é perder um amigo, quando este vale a pena, naturalmente.

Ao longo de minha vida fiz muitos e diletos amigos, uma boa parte conservo até hoje, alguns com muita outros com pouca frequência de encontros, e nem todos com as mesmas posições que as minhas; o que sempre nos uniu foi o respeito, a alegria da vida e a satisfação de estarmos juntos. 

Um comentário:

Viagens de um aquariano disse...

Amigo: Bom dia
Não é para se quiserem, é para ser lido e comentado!!!
Concordo plenamente com suas posições e ao longo da vida tenho adotado estes procedimentos . Temos acima de tudo de respeitar os contrários e tratá-los com educação.
Tenho orgulho de ter um amigo como você.
Abraços e bom Carnaval.
Aveládio