O ABANDONO POLÍTICO DO BRASIL
O Brasil
Órfão
03.11.2017
“O governo baixou em R$ 10,00 de R$ 979,00
para R$ 969,00 a previsão para o salário mínimo em
2018. A redução, se confirmada, deve gerar uma economia de R$ 3 bilhões ao
governo no ano que vem.
A mudança foi divulgada pelo Ministério do Planejamento. Atualmente, o
salário mínimo está em R$ 937.” (notícia da G1 em 17.10.2017)
Existe notícia mais
revoltante do que essa, após a vergonhosa compra de votos para livrar Temer, o
qual liberou até junho 1,8 bilhão em emendas para a corja de eleitores? Tirar
de quem não tem? O que vocês acham que eles merecem?
Nesse momento, a credibilidade
de qualquer autoridade está próxima de zero, seja ela federal, estadual ou
municipal.
Esse abandono a que estamos
submetidos, principalmente para aqueles brasileiros nos rincões mais
longínquos, onde a sua sobrevivência é ameaçada pela ausência de assistência
municipal básica como água, energia, escolas, transporte escolar, postos de
saúde, estradas, segurança pública, não parece sensibilizar a matilha política,
que continua a só lutar pelos seus próprios interesses, e ainda consegue
aumentar o número de municípios no Brasil, como ocorreu em 2013, com o
crescimento de cinco deles, no Pará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e
Santa Catarina, unicamente para ampliar cargos e criar fontes de recursos
pessoais. Sabem esses hematófagos do povo, que só na Bahia temos 173 municípios
em situação de emergência. Na semana passada mais de 350 prefeitos estiveram no
Centro Administrativo de cuia na mão, cobrando um bilhão de reais de royalties
repassados ao Estado e não pagos aos municípios. Sabemos todos que a quase
totalidade das prefeituras não dispõe de verbas próprias, vive à custa das
transferências federais, basicamente. O grande projeto agora é a marcha à
Brasília em 22 de novembro, quando levarão não mais uma cuia, mas um balde
grande.
Enquanto isso, Brasília
continua parada, mantendo Temer no poder, à custa de bilhões em compra de votos,
que continuam sendo negociados no Palácio do Planalto.
Mas o que dizer aos quase 75
milhões de brasileiros que vivem no campo, e mais os que vivem em pequenas
cidades? Um quarto das cidades do Brasil está em situação de emergência por
seca ou chuva, enquanto um corrupto escondia em casa 52 milhões, fruto de
roubos. É uma incoerência desmedida,
absurda, criminosa.
Os quase 208 milhões que
constituem a população brasileira estão todos órfãos. Não vislumbramos quase
nenhum político hoje do qual possamos nos orgulhar, político que batalhe pelo
bem estar comum, por abrir perspectivas melhores para a sobrevivência digna
dessas populações carentes, doentes, desnutridas (e que no nordeste são chamadas
de homem ou mulher gabiru – de pequena estatura), semi-analfabetas, sem um
futuro vislumbrado.
Uma boa parte do povo desse
país “gigante pela própria natureza” está calada, mas não adormecida, está
revoltada, indignada, doida para revidar com o seu voto, as agressões sociais
sofridas pelos ladrões da tranquilidade da família brasileira.
Para comprar mais votos de
sustentação, valeu até medidas de proteção à bancada ruralista, como foi a
chamada portaria do trabalho escravo, além de abrir mão da privatização do
aeroporto de Congonhas, reduto de um partido político.
Nós cidadãos temos muito que
fazer além de valorizarmos o nosso voto, dá-lo a quem efetivamente for digno.
Podemos também apoiar campanhas de limpeza moral e política, de reformas que
venham a beneficiar o cidadão, sem onerar os cofres da nação.
Uma dessas campanhas poderia
ser uma reforma municipalista, começando por reduzirmos o número de municípios
do Brasil, acabarmos com salários de vereadores, e com certeza sobraria um
pouco mais de recursos, pois não teríamos que custear os respectivos prefeitos,
vereadores inúteis, e toda uma máquina administrativa que não serve ao
município, e sim à matilha política que a governa.
Imaginem uma alteração dessas
em 5.570 municípios!
EM FRENTE BRASIL!
WILTON OLIVEIRA